26.2.10

Quando mulher faz a unha...

Quando mulher faz a unha é interessante. Notamos na hora as que fizeram só olhando-as caminhar na rua, ou digitando no computador, ou pegando um copo, abrindo uma porta, falando no celular...

A gente trava. Fica com a mão dura e 'pendurada' como se tivesse desmunhecando ao contrário. Em posição de canguru, seguimos calmamente caminhando e desviando de todos os possíveis obstáculos que possam estragar esta arte que acaba de ser pintada em nossas mãos. Ah, e fora os dedinhos para cima.

Desviamos de galhos, pessoas e encaixamos a bolsa debaixo das axilas de forma que ela não escorregue e não nos obrigue a nos movimentar. E se o celular tocar? Vixi, deixa tocar senão vai estragar a unha.

E quando estraga? Putz. Como ficamos bravas. Acaba nosso dia, nosso final de semana, nossa balada. Achamos que todo mundo vai notar que borrou 0,0001mm da unha do dedo indicador esquerdo. 

Aliás algumas dicas para evitar estragar as suas patinhas:

1 - Evite ir de bolsa. Tente só levar o dinheiro ou o cartão. Desta forma você diminue a tentação de querer mexer na sua bolsa para, na maioria das vezes, procurar algo que nem você sabe o que é. 
2 - Faça o pagamento adiantado. Assim, se for cartão já digita a senha ou assina antes de começar. Se for dinheiro e tiver troco, já enfia no bolso e fica tranquila.
3 - Se não der para dispensar a bolsa, deixe uma parte dela (um bolso interno) reservada para o seu kit hora da unha (pode até ser uma pequena necessaire) só com o que você vai precisar nos próximos 30 ou 40 minutos. Chave do carro, celular, dinheiro/cartão, esmalte extra-brilho para não te cobrarem R$ 1,00 a mais etc.
4 - Evite ir de carro. Na maioria dos casos (pelo menos os meus) borra-se ou estraga-se a unha quando você vai:
 4.1. Pegar a chave do carro.
 4.2. Abrir a porta do carro.
 4.3. Ligar o carro.
 4.4. Ligar o som.
 4.5. Colocar o cinto.
 4.6. Mudar a marcha ou soltar o freio de mão.

Além disso, quando você está a pé, tem disponível o tempo entre o salão e a sua casa, ou trabalho, para ajudar a secar o esmalte.

Só tem uma coisa ruim aí que deve ser observada. É a mudança de nossos trejeitos de mulher para animal, no caso, canguru, que faz todo mundo observar você na rua como a moça que fez a unha...Como eu hoje.

Se bem, pensando bem, em várias outras situações somos comparadas com animais e sem dúvida, um canguruzinho é o menos ofensivo de todos...rsrsrsrs

23.2.10

São Paulo da Garoa?

A velha garoa de São Paulo está de volta numa versão exclusiva: extra, master, mega mais forte. Nem o limpador de pára-brisa na velocidade máxima dá conta. Chega 5 ou 6 horas da tarde o céu vira um cinza furtacor, com rosa, marrom, branco, preto, roxo e dependendo do localidade de São Paulo, azul também. Aí, como num passe de mágica cai uma chuva que não tem fim.

Em duas semanas me vi diante de lixos boiando e corredeiras de água que dariam para fazer rafting. E penso se, no futuro, os carros não deveriam ter a opção Anfíbio ou terem boias que autoinflassem em contato com águas acima de 30 cm.

O interessante foi o cenário de tudo isso: com a queda de energia, as ruas ficaram escuras. Prédios totalmente apagados, com exceção dos abastados que possuem gerador. Me senti como nas imagens mostradas na TV de Bagdá, onde, em momentos mais tensos só se via os faróis dos carros circulando a cidade à noite. Junto a isso árvores caídas, carros parados, pessoas andando, ensopadas, descalças ou esperando a chuva melhorar embaixo de toldos...

De dentro do carro não podia reclamar, mas confesso que em alguns lugares fiquei com medo. Em poças que achava que eram rasas via que não eram tão rasas assim, e, sem alternativa, e sem mudar a marcha, acelerava para sair logo dali rezando para não ter um buraco, bueiro aberto ou não ficar mais fundo.

Mas, JURO, o meu medo maior é passar debaixo das árvores. Na República do Líbano, Avenida Indianópolis e mesmo em Moema, as árvores balançavam como se fossem de elástico. Alguns galhos mais finos estavam espalhados nas ruas. Fui dirigindo olhando para cima, (como se isso adiantasse alguma coisa na hora que cair um galho ou a própria árvore na minha cabeça), e torcia para o farol abrir mais rápido do normal imaginando o que eu faria se uma árvore ou galho cair em cima do carro.

O bom de tudo isso é que cheguei em casa sã e salva, com meu carro inteiro e sem ver uma árvore caída. E espero do fundo do meu coração que assim permaneça.

22.2.10

TSR - Tristeza Sem Razão

Hoje acordei assim, acordando...levantando...indo...Coloquei uma roupa meio a meio (aquela roupa que você não pensa muito: pega meia roupa de sábado, meia de domingo e simplesmente põe), me olhei no espelho e claro, me achei horrorosa, mas não estava a fim de mudar. Então virei as costas ao espelho e fui.
Entrei no carro e olhei o painel, tinha um buraco: esqueci o som na outra bolsa. Már num vô buscá mesmo, pensei. V'ambora.
No caminho, não sei porquê,  parei no posto e pedi para olhar o tal reservatório de gasolina aditivada no motor e ele estava seco. Não sei se isso ia acabar com meu carro mas neste momento agradeci ao meu anjo da guarda por me obrigar a parar pra ver isso. Aproveitei e pedi para calibrar os pneus.
Dali segui para a marginal conversando com minha pequena até a escolinha. Depois de deixá-la, rumo a Marginal no sentido oposto ao da ida, aquela visão do inferno: trânsito. Já fiquei "P". Acho que existem muitas coisas piores que isso, mas começar a semana com a Marginal parada é desanimador. Ainda mais sem música. Então o negócio é continuar na pegada do indo...indo de 1a para 2a marcha, no máximo uma 3a, pára, vai mais um pouco, freia, vai indo, indo, inu....inuuuu.

Oi Bom dia td bem?
- Tudo indo.

Quanto tempo e aí beleza?
- Tudo indo.

Indo é uma ótima palavra para descrever este momento indecifrável do meu eu interior. Mas como tudo na vida: vai passar...passa, tudo na vida passa..."Tudo na vida passa, até uva passa". Argh! A profundidade e inteligência desta frase-conceito é algo avassalador. Enfim, vamos continuar no indo.

Acho que misturou tristeza, saco cheio, deprê, TPM. Se bem que TPM não é porque falta metade da cartela de anticoncepcional. E qual razão de às vezes a gente se sentir assim? Hormônio em desequilíbrio? Come amora. Tristeza, deprê e saco cheio? Tudo tem uma razão de ser e no fundo acho que sabemos o motivo de estarmos assim ou assado.

Nessas horas dá vontade de radicalizar, sair da rotina, procurar algo que te traga adrenalina, aquele prazer por estar com saúde, empregado, com uma família linda. Ir pra balada, encher a cara, viajar, mudar de emprego, rever amigos, dançar loucamente até as madruga.

Então vou esperar ansiosamente para esta 2a linda, linda, vixi, maravilhosa, passar e ver como 3a vai começar.  Senão porei em prática o parágrafo acima.

9.2.10

Todo mundo gosta de um brinde


Domingo passei no Supermercado. Fui até a seção de perfumaria para comprar uma 'caixa de lenço', pedido pela escola da minha filha, e me deparei com uma moça olhando exaustivamente uma caixa de absorventes internos.

Ela pegava uma, devolvia, pegava outra, olhava, trocava, pegava outra, punha uma do lado da outra e comparava. E assim ficou nos 2 minutos que eu a observei disfarçadamente.

Aí, minha curiosidade não se conteve (acho que ela estava sendo paga pelo fabricante para despertar nas pessoas este sentimento) e fui ver o que tinha de tão especial em uma caixa de Absorventes íntimos INternos. E adivinha o que era... UM PORTA-ABSORVENTES INTERNO! Óbvio, o que mais poderia ser? Junto à caixa de absorventes internos vinha um porta-absorventes interno! Não é demais?

Você comprava, é claro, 2 caixas de Absorventes Internos e ganhava este magnífico acessório que devia ter no máximo 5x4cm. E ainda podia escolher entre as maravilhosas cores: Rosa Pink Fosforecente, Amarelo Cheguei Fosforecente, Verde Tô Aqui Fosforecente, Roxo Uva Fosforecente. Indispensável à vida da mulher moderna atual.

Aliás, cores básicas, cores simples e discretas, ideais para aqueles momentos em que você vai no toilette da empresa com ele na mão, para realizar seus procedimentos higiênicos de troca e atualização íntima INterna. Ninguém nem vai perceber.

Que coisa né este Marketing das empresas. Eles conseguem fazer a gente comprar mais e pagar mais por um brinde que não deve custar nem R$ 0,10.

Uma vez eu vi um produto que vinha com um brinde e pela primeira vez segurei o meu ímpeto consumista pensando da seguinte forma: - Se comprando dois 'coisos' eu ganho um pote tipo tupperware, e, um igual é mais barato na loja de R$ 1,99, vou para loja de R$ 1,99.

Você vai perceber, como eu, que na maioria das vezes nem precisamos daquilo porque já temos 63912 porta-absorventes internos, mais 32 porta-cotonetes, 124523 imãs de recado de geladeira e fora os potes que você não tem nem mais onde guardar.

Né? Beijomeliga.

6.2.10

Classe Média - Os ricos somos nozes.

Sempre notei uma coisa...Seja em qual meio for, na mídia, TV, revistas, propagandas, promoções, concursos, descontos, programas políticos do governo ou em programas, as chamadas, que referem-se às classes sociais, ou focam na Classe Alta, ou focam na Classe Baixa. É muito raro vermos algo voltado a nossa realidade: CLASSE MÉDIA. Note. Se existe um programa de habitação os contemplados serão os pobres. Na TV, nas revistas, o que se mostram são os ricos. Se acontece alguma coisa na cidade, alguma catástrofe, ela só aparece se for uma localidade muito carente, nos cafundó do judas, ou porque alguma pessoa famosa se acidentou, morreu ou foi assaltada. Sei que isso é clichê, mas quantas pessoas 'meras mortais' são assaltadas todos os dias? Quantas perdem a vida por aí, indo trabalhar? Sem falar do esforço para pagar as contas, para pagar os impostos e para comprar uma casa então? Que parto. Que burocracia. Que aperto. Aí você vê o Governo focando seus esforços unicamente em Bolsa Família, Bolsa Escola, Bolsa Gás, Bolsa Leite, Bolsa Bolsinha Bolsuda. Ah e tem também o Projeto Casulo, Projeto Favela, e o Clube Privê deles, os CEUs e pobre fazendo filho que nem coelho, e se pergunta: - Como é que eles conseguem sobreviver? Como conseguem dinheiro para sustentar tanta gente? Honestamente eu não sei ou até sei: eles não pagam água, luz (é gato), impostos, não compram o terreno onde moram e muito menos a casa, não pagam escola, não pagam gás, não pagam o leite, ganham doações e vão levando assim. É claro que sou humana e tenho dó, que tenho pena ao ver a situação que muitas pessoas vivem, mas também vejo muitas num barraco com cd player, geladeira duplex, celular último modelo, digital e uma televisão maior que a minha. Eles não merecem? Sim, todos merecemos, mas de forma igual. Eu também quero meu Vale Leite e Vale Gás. Eu pago meus impostos. E os ricos? Os ricos também não pagam impostos por que eles dão um jeitinho com um amigo que trabalha no governo. Fora as permutas. Eu tenho uma BMW e quero uma lancha, vamos trocar? E as roupas? Pô rico tem grana para comprar e ganha tudo das melhores marcas para desfilar na noite high society. Ganham até a festa do Casamento!! E as viagens!! Gente não tem alguma coisa errada? Quem tem dinheiro não paga nada, quem não tem ganha tudo e mais um pouco, e quem fica no meio só paga os impostos para os outros dois viverem? E paga bem, paga tudo, paga multa, paga financiamento, paga as contas, paga escola, paga sua comida, paga sua casa. E os ricos são os que saem nas revistas? Que nada. Os ricos somos nozes.

Sabe o que é o Índice de Basileia?

Não? Nem eu. Lendo um material de trabalho descobri que este índice existe e é muito importante para as Instituições Financeiras do qual somos 'dependentes'. O Índice de Basileia indica quanto um banco pode emprestar proporcionalmente ao seu patrimônio. Esse percentual varia de acordo com a regulamentação do país e serve como referência para verificar a capacidade de cumprir com seus compromissis a partir dos recursos que compõem o seu patrimônio. Entendeu? Manomeno? Eu também. O lance é que este indicador aponta a solidez de uma Instituição Financeira. Mudou alguma coisa na sua vida? Na minha também não. Pelo que entendi, muda bastante na 'vida' dos bancos porque, para cada empréstimo que o banco faz, ele tem que ter o patrimônio correspondente para, num momento de crise, cobrir e repor os valores emprestados ou investidos. Caso contrário, a coisa quebra. Deve ter sido o que aconteceu no Banco Santos...Ou seja, a coisa podia ficar feia na nossa vida se não fosse essa Basileia toda. Agora sápurquê eu tô escrevendo tudo isso? Por que eu achei esse nominho rrrrrrrrrrrridículo! Os bancos são cheios de códigos representativos, de diminutivos e abreviaturas de 1000 palavras de um nome de serviço, de taxa, são cheios de usar palavras em inglês e o nome desse Índice, é Basileia? E sabe o por quê deste nome? Basileia é uma cidade da Suiça, onde ocorreu, em Setembro de 1997, uma reunião do G-10 (países mais ricos do mundo). Nessa reunião foram estabelecidos uma série de princípios a serem adotados pelo sistema bancário, como forma de se evitar a fragilidade do mesmo. Só fiquei pensando se este tal índice não tem um email, 0800, SAC ou Ouvidoria para a gente reclamar dos abusos praticados por nossas queridas instituições financeiras. Deveríamos ter nosso Índice da Basileia. O Índice da Creuza, o Índice do Carlos, o Índice da Fila do Banco, o Índice dos Políticos Corruptos, o Índice de Sapobemba, o Índice das Cidades Intransitáveis, o Índice dos Aposentados, o Índice das Donas de Casa, o Índice dos Pais de Família, o Índice da Classe Média...Aliás Classe Média...isso já deu uma outra ideia... Nos vemos por aí.

3.2.10

Show do Metallica, ai que loucura!

Domingo fui ao Show do Metallica. Meu querido irmão ganhou um par de ingressos e sabendo da minha paixão adolescente me cedeu um deles...Fomos os 2. Quem diria...Metallica foi a minha banda ícone, ídolo dos meus 15/16 anos. Me vestia de preto, usava calça rasgada, anel de caveira, 3 furos na orelha com argolas (hoje ainda uso, mas com delicadas e femininas pedrinhas de zircônia ou cristal), escutava este som 'leve e suave' no último volume, queria fazer uma tatuagem e meu sonho era tocar bateria (para desespero dos meus pais que até outro dia tinham em casa uma princesinha que amava cor de rosa e corações!). Domingão caiu aquela chuva bonita de se ver da cama, debaixo do edredon, comendo pipoca. Pensei por alguns instantes em desistir de ir ao Show. Imaginei o trânsito para chegar, a chuva caindo, a hora de ir embora do Estádio do Morumbi e conseguir pegar um TAXI etc...Coisa de Mãe né? Pois é, é o que sou agora....rsrsrs...Aliás, pausa, quando eu falei que estava indo pro Show do Metallica, minha filha falou que queria ir também. Básico. Mas voltando... A chuva parou. Começou abrir um céu maravilhoso com nuvens que pareciam desenhadas. E como se não pudesse melhorar, uma lua linda, amarelada saindo por trás do Estádio. Ah! Não tinha trânsito. Dava para ter ido de carro pois haviam 273018640812 vagas para estacionar. O show estava 'vazio'. Meu ingresso era para a arquibancada laranja, aquela que quando você vê um jogo de futebol e filmam atrás do gol, é a que está lá longe do outro lado do campo...Aí adivinhem?? Acredito eu que, por conta da 'não lotação', a arquibancada foi direcionada à pista. Não acreditei. Quando comecei a descer a rampa para a pista, fiquei arrepiada. Apesar de não estar lotado, o fato de estar bem no meio de um grande Estádio, ver aquele mar de gente junto, aqueles holofotes; senti uma energia louca circulando e uma imensa satisfação e emoção por estar ali. Mas, tudo tem seu preço. 1,60 no meio de um show de rock? Difícil hein. Consegui me aproximar o máximo do palco a ponto de ver os integrantes com 5 cm de altura. Pra quem tem 1,60 e ia ficar na última arquibancada, tá lindo. Mas mesmo assim em alguns momentos tive vontade de xingar: - Enfia essa digital no seu...bolso! - , Pô, imagine umas 300 pessoas na sua frente levantando os braços para tirar fotos e filmar o show? E quando todos os cabeludos resolviam pular e bater cabeça? Eu virava uma estátua e esperava aquele Tsunami passar. Devia ter pista em ordem de altura. Que nem as filas dos tempos da escola...do Menor para o Maior. Justo e visível para todos....rsrsrsrs Telão espetacular, aliás: telões. Pensados, certamente, nas pequenas pessoas não agraciadas com a característica genética da altura. Efeitos Especiais? Sensacional. Som. Fala sério, parecia gravação. Enfim, foi um show maravilhoso e inesquecível. Loucura Total. Até agora eu tô pensando no que rolou. Se tudo isso foi sorte, destino, merecimento...Por que gente, tinha tudo para eu não ir e fui, e tudo foi melhor do que imaginei. Depois de tanto tempo ver meus ídolos em condições, a princípio, que iam na inércia da probabilidade de eu estar lá. Loucura. Talvez loucura pode ser um termo exagerado, mas que a frase que eu mais falei foi: - Muito louco! Ah foi.